Correios quer punir seus funcionários, diz diretor da Fentect

Durante a assembleia de conciliação entre a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) e a Federação Nacional dos Trabalhadores de Empresas de Correios, Telégrafos e Similares (Fentect), foi proposto pela ECT um desconto no salário e reposição dos dias em que a categoria ficou sem trabalhar. Proposta que revoltou os trabalhadores que negaram a “oferta” e decidiram estender a greve.
A ministra Maria Cristina Irigoyen Peduzz propôs em assembleia que os carteiros voltassem aos trabalhos e nos dois primeiros fins de semanas os funcionários entregariam o que está atrasado. Essa proposta também foi questionada e negada pela categoria já que no último dia 5 de outubro, a ECT divulgou uma nota em seu site dizendo que “os Correios agradecem pela confiança e asseguram que a distribuição de correspondências e o atendimento ao público nas agências estão mantidos”. Declaração que não justifica o pedido de horas extras dos funcionários do setor de entrega.
Diretor estadual da Fentect, Regilvan Ferreira da Silva lembra que ‘greve’ é um direito constitucional, portanto a categoria jamais aceitará tal proposta. “É uma contradição muito grande, a Empresa encobre fatos e coloca a população contra os trabalhadores enquanto está com as agências abertas somente para arrecadar dinheiro. Não foram entregue nem 10% das cartas simples que chegaram nos últimos dias”, explica o Diretor.
De acordo com Regilvan, A Empresa de Correios e Telégrafos não estende o número de funcionários do setor de entrega há mais de dois anos em Dourados e por isso cada carteiro têm que trabalhar por dois para que todas as correspondências sejam entregues.
Conciliação
A greve pode acabar na próxima segunda-feira se haver acordo entre as partes na assembleia. Regilvan afirma que a categoria poderá até aceitar proposta de 6,87% com ganho real de 80%, mas não vão aceitar nada que se caracterize como punição. “Não vamos trabalhar de graça”, finaliza o Diretor da Fentect.
Nota publicada na última quarta pela ECT
A Direção dos Correios empreendeu todos os esforços possíveis para que os empregados voltassem ao trabalho depois de acordo direto, fechado com as entidades sindicais, na tarde de terça-feira (4) no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Após as decisões desta quarta-feira (5), a Direção informa que mantém as portas abertas para o diálogo e segue defendendo que o retorno à normalidade ocorra da forma mais rápida possível.
À população brasileira, os Correios agradecem pela confiança e asseguram que a distribuição de correspondências e o atendimento ao público nas agências estão mantidos. A adesão à paralisação caiu para 23 mil trabalhadores. Isso significa que 80% do efetivo dos Correios segue trabalhando normalmente, garantindo a maioria dos serviços, com entrega de 2/3 da carga diária.
A Direção aguardará a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST), disposta a trilhar todos os caminhos possíveis para um desfecho favorável à população e aos funcionários.
Direção dos Correios

• Fonte: Wender Carbonari (AgoraMS)