Trabalhadores devem ser contra
a política salarial do abono
Os trabalhadores mais antigos de
empresa sabem o quanto é prejudicial
a política de abono. No governo
Fernando Henrique Cardoso (PSDB)
usou e abusou de oferecer abono para a
categoria e não dava aumento real. Muitas
vezes nem mesmo a inflação o governo repassava
para os salários.
Foi por causa dessa política que o salário
dos ecetistas ficaram para trás, se compararmos
com outras categorias.
A política do abono foi tão maldosa
que tirou direitos da categoria. A data
base dos ecetistas era em dezembro, um
mês forte para nossas reivindicações, mas
foi comprada por uns trocados do abono.
A mesma situação aconteceu com a retirada
do vale-alimentação nas férias, o fim do
anuênio (passando para quinquênio), o fim
dos 70% nas férias (passando a ser apenas o
1/3 constitucional). Alguns desses direitos a
categoria voltou a ter recentemente com a
troca do governo, mas ficou perdendo por
vários anos. O prejuízo dos diversos anos
sem anuênio ou os 70% das férias foi enorme.
Em janeiro de 1997 a ECT fez a proposta
de mudar a data-base de dezembro para
janeiro a retirar o vale-refeição/alimentação
das férias em troca de um abono de 60%
da remuneração e mais uma parcela fixa de
R$ 200. Foi um dos maiores golpes que a
categoria sofreu. Até hoje os trabalhadores
não conseguiram recuperar a data-base e,
o vale-refeição/alimentação nas férias é apenas
uma ilusão, se comparar com o modelo
que existia antes. Até dezembro de 1996
os trabalhadores recebiam 25 e 28 vale-
-refeição/alimentação por mês para quem
não trabalha aos sábados e para aqueles
que trabalham respectivamente. Para voltar
a oferecer o vale nas férias a empresa
diminuiu a quantidade para 23 e 27 vales,
respectivamente. Ou seja, são os próprios
trabalhadores que pagam o vale das férias.
Isso tudo por causa de um pequeno abono.
São 15 anos de perdas.
Por essas e outras situações que os
trabalhadores devem ser contra o abono. É
bom lembrar que o abono não gera depósito
no FGTS e nem conta na aposentadoria