“Nada causa mais horror à ordem do que mulheres que lutam e sonham”. A frase do pensador José Martí reflete o principal pensamento das trabalhadoras que participaram do 1º Encontro de Mulheres Ecetistas em Pernambuco, realizado pelo SINTECT-PE, na cidade de Gravatá. Maria Alves, da Secretaria de Combate às Opressões, Gal Queiroz, suplente da Diretoria Executiva e Jim Kelly, secretário de Políticas Sociais abriram o evento saudando as participantes e as entidades convidadas, além de convocarem as companheiras ecetistas para participarem da luta dos trabalhadores dos Correios.
A ocasião contou com a presença de representantes do SINTUFEPE Seção UFPE, Secretaria da Mulher do PSTU, Movimento Mulheres em Luta (MML) e anistiadas dos Correios. Para iniciar a mesa de debates, Milena Gama do MML questionou as ecetistas se a vida delas havia mudado com uma mulher na presidência. O tema da discussão era o Governo Dilma (PT) e as políticas públicas para o gênero, abordando pontos como legalização do aborto, saúde pública, participação feminina nos sindicatos, além de apresentar dados sobre a situação da mulher na atualidade.
“A mulher também tem a propriedade de estar à frente do sindicato decidindo pela entidade, fortalecendo a luta das companheiras dentro da categoria e contando com o apoio dos companheiros, pois esta também é uma luta deles!”, afirmou Milena Gama. Logo após, Maria Alves falou sobre as opressões, discriminação de gênero, de cor e orientação sexual, como também dos assédios. “Agora, mais do que nunca, as ecetistas têm que se impor. Estamos em época de campanha salarial, temos que participar desta luta que é de todos os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios”, concluiu Maria.
Continuando os debates, Ericka Andreassy do Instituto Latino Americano de Estudos SócioEconômicos (ILAESE) e Jacira Galvão, advogada do SINTECT-PE, falaram sobre o assédio moral e sexual no ambiente de trabalho. De acordo com as palestrantes, as mulheres sofrem muito mais com o problema devido à ideologia machista que as consideram inferiores aos homens. “É preciso combater o assédio e a principal arma é a organização por local de trabalho. Esta é uma luta coletiva que irá fortalecer as companheiras e a classe trabalhadora, seja através de CIPAS, Comissões, etc”, complementou Ericka.
Veja alguns dados:
- No Brasil, há cerca de 97 milhões de mulheres, são a maioria da população e quase metade da classe trabalhadora de todo país;
- Segundo o Fórum Econômico Mundial, o país ocupa o 82º lugar no ranking de desigualdade entre homens e mulheres;
- As mulheres brasileiras chegam a ganhar até 33 % menos que os homens;
- Uma pesquisa da Trabalhando. com indicou que 40% dos brasileiros já sofreram assédio sexual no trabalho, sendo 32% mulheres e 8% homens.