SAUDAÇÕES AOS QUE TEM CORAGEM
"UMA GREVE HISTÓRICA"

Sem sombra de duvidas, a maior e mais forte greve dos últimos 20 anos. Os trabalhadores ecetistas dos 4 cantos do Brasil soltaram um grito entalado na garganta. Um grito de socorro, um grito por melhores condições de trabalho, um grito por respeito. Esse grito ecoou e fez a direção da empresa tomar atitudes nunca antes vistas, nem mesmo nos tempo mais difíceis de mobilização. Nem mesmo as ameaças que se tornaram concretas, como o desconto dos dias, impediu que os trabalhadores ecetistas de Campinas e Região assim como de todo o Brasil tomassem as ruas, e fizessem delas sua arena de luta. Uma demonstração de organização e força misturada com indignação e insatisfação que culminou em uma grande batalha onde os trabalhadores sairão sim vitoriosos.
Os ecetistas resistiram bravamente até o final, mesmo sabendo que o julgamento no tribunal poderia desfavorecer os trabalhadores. Infelizmente foi o que aconteceu, o julgamento se desenhou de forma que não contemplou as clausulas econômicas reivindicadas pela categoria, mas também não foi o que a empresa queria enfiar “guéla abaixo” dos trabalhadores. Vale lembrar que a proposta apresentada um dia antes do inicio da greve (12/09) era de apenas 6,87% e nada de aumento real. Além disso, a direção da ECT tentava resgatar a política do abono, que foi repudiado pelos ecetistas em greve.
Mesmo que alguns desavisados insistam em dizer que nossa luta foi em vão, temos que ver pelo lado de quem fez a luta. Foram 29 dias de muita resistência, onde a empresa tentou a todo momento, com o apoio das grandes mídias acabar com a greve, mas precisou recorrer ao tribunal. Essa grande greve foi além das reivindicações salariais, foi um claro recado para a direção da empresa que os ecetistas já estão cansados de tanta falta de respeito, más condições de trabalho, falta de contratações e tantas outras mazelas. Foram 29 dias que os trabalhadores ecetistas travaram uma intensa batalha onde o governo e a direção da empresa insistia em não querer conceder um aumento real de salário e assim usar os ecetistas como exemplo para as demais categorias estatais – bancários, petroleiros, aeroportuários. Não deu certo, nossa resistência nos tornou exemplo de luta para outras categorias.
Os trabalhadores só recuaram da greve por uma imposição da justiça, e mesmo assim tinham muita disposição de luta, queriam ver o governo assim como a direção da empresa de joelhos. Isso aconteceu, o fato de ter que recorrer ao TST demonstrou a incompetência e falta de habilidade da atual gestão, seja governo ou empresa. Para quem dizia não negociar com os trabalhadores em greve, mas teve que mudar o discurso e voltar para a mesa de negociação, mesmo que essa não avançasse por conta da truculência dos negociadores da empresa, todos ex-sindicalistas, foi uma desmoralização.
Diante de tudo isso o fato é, dentre as categorias estatais e privadas, os ecetistas foram os que melhor tiveram reajuste salarial. Para quem dizia não conceder aumento real de salário, - discurso do governo antes da campanha salarial – os R$80 linear foi um grande tapa na cara do governo e da empresa, isso porque esse reajuste incorporado ao piso salarial significou cerca de 10% de aumento real, e ainda a reposição da inflação de 6,87% que somados chegam a 16,87% no piso da categoria.
Mas a lição que fica é a grande mobilização e o grau de consciência dos trabalhadores que ditaram a linha da greve do começo ao fim. Os trabalhadores foram longe, só retornaram por conta de uma decisão da justiça, mesmo assim, a greve começou por uma grande assembléia, e só terminaria através de outra grande assembléia, foi o que aconteceu, uma grande assembléia com mais de 300 Companheiros de Campinas e Região que juntos decidiram o retorno somente a partir das 00hs de sexta feira. Prova de que nem mesmo a justiça pode interferir na decisão dos trabalhadores. Viva a luta dos trabalhadores.


FIRME!!!

FONTE-SINTECT/CAS.