Até o final dos anos 80, a ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) era controlada diretamente pelos militares. O serviço de Correios é considerado, ainda hoje, um problema de segurança nacional, o que servia para justificar a presença dos militares na empresa.
Até hoje, os militares controlam com mão de ferro aspectos centrais da empresa, como é o caso da organização e controle de toda a área operacional da empresa.
Não por acaso o governo Dilma Rousseff, nomeou para vice-presidente de operações (antigo diretor de operações) o Brigadeiro da Força Aérea Brasileira (FAB), José Eduardo Xavier.
Os generais continuam por perto
Quem mais sofria com a presença dos militares, em pleno regime da ditadura militar, eram os trabalhadores. Os funcionários da ECT estavam submetidos a uma disciplina rígida, como se fossem bandidos, em um presídio. Sob a ditadura das forças armadas, os trabalhadores não podiam nem pensar em greve.
Foram justamente as primeiras greves da categoria, no final dos anos 80, seguindo a tendência de luta dos trabalhadores no País, que atropelaram os militares dentro da empresa impondo, pelo menos formalmente, a administração da empresa por civis.
A nomeação do Brigadeiro José Eduardo Xavier pelo governo petista no início do ano, mostra que o governo do PT, está trazendo de volta os negros períodos da ditadura, inclusive com a transferência do poder sobre os trabalhadores diretamente para os militares.
O vice-presidente de operações é o responsável por controlar a “produção” interna na empresa e o esquema de trabalho dos funcionários.
Na aeronáutica, o brigadeiro é o equivalente ao general do Exército.
Recentemente, denunciamos as boas relações demonstradas pela direção da ECT com o comando da Polícia Militar de São Paulo, que emprestou seus quartéis para a realização do famigerado exame físico do último concurso. Foi feita uma homenagem dos Correios ao comando da PM no prédio do Jaguaré.
A mesma ditadura
A aliança dos Correios com os militares é um ataque aos trabalhadores, assim como era na época de domínio dos militares, a mesma ditadura. Todo mundo sabe que a polícia é a primeira a ser chamada na hora de reprimir os trabalhadores que estão em greve. Sem contar o ambiente de vigilância dentro da empresa, que apenas serve para controlar os trabalhadores. Enquanto que a cúpula da ECT esteve nos últimos anos envolvida em dezenas de casos escandalosos de corrupção que desviaram bilhões do dinheiro público, órgãos como a GINSP (Gerência de Inspeção), filhotes diretos da época dos militares, são colocados para vigiar os trabalhadores e punir por qualquer suspeita.
A luta contra o governo do PT é a luta contra a volta da ditadura na empresa e a perseguição contra os trabalhadores, pelos militares e civis envolvidos em todo tipo de negócios escusos contra a população e os trabalhadores.

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