Mesmo com todo o esforço realizado pelos Sindicatos Unificados (São Paulo, Rio de Janeiro, Bauru e Tocantins) para negociar um Acordo Coletivo que atenda aos anseios da categoria sem a necessidade de greve, a ECT mais uma vez mostra sua falta de capacidade de dialogar com os trabalhadores, insistindo numa proposta que já foi rejeitada pelas Assembleias dos Sindicatos dos Correios de todo o país.

Como todos sabem, os lucros da ECT tem aumentado ano a ano, enquanto as condições de trabalho continuam precárias, levando muitos trabalhadores à serem vítimas das mais diversas doenças. No entanto, mesmo com o aumento da sua lucratividade, na hora de discutir melhorias salariais a ECT oferece única e exclusivamente a reposição das perdas salariais, o que não passa de obrigação de qualquer empregador.

Desde o inicio os Sindicatos Unificados demonstraram sua disposição ao diálogo, mas sempre deixando claro que exigiam que os trabalhadores e trabalhadoras tivessem seus direitos respeitados e fossem valorizados, pois é com o seu trabalho que a ECT multiplica seus lucros ano a ano, como ela mesma divulga em todos os meios de comunicação. Comprova a disposição ao diálogo dos Sindicatos Unificados o fato deles terem apresentado uma contraproposta à ECT quando a mesma insistia em conceder um reajuste de vergonhosos 3%, que não repunham sequer a inflação. Outra demonstração de disposição ao diálogo foi o fato dos Sindicatos Unificados, através do diálogo com os demais Sindicatos dos Correios do país, terem adiado a Greve anteriormente marcada para o dia 11 de setembro, dando um prazo de mais uma semana para a ECT apresentar uma nova proposta que pudesse ser aceita pela categoria, e marcando nova Assembleia para o dia 18/09.

Utilizando o justo argumento de que deveríamos buscar o diálogo até o fim os Sindicatos Unificados conseguiram reunificar o Movimento Nacional de Correios, com a ampla maioria dos Sindicatos remarcando a deflagração de Greve para o dia 18/09, caso a ECT mantenha a sua intransigência. Os Sindicatos Unificados tem claro que a unidade nacional da categoria é fundamental para a vitória, unidade essa que não era mais possível dentro da fentect, que através de seu Secretário Geral insistiu o tempo todo na deflagração de Greve já no dia 11, o que só ocorreu em Belo Horizonte e Pará, de forma bastante parcial, pois a categoria nessas duas regiões do país, independente das diretorias de seus Sindicatos que jogaram contra a unidade nacional do movimento numa paralisação precipitada e irresponsável, pois sabe-se que a unidade nacional da categoria é a nossa maior força. Uma das demonstrações da parcialidade das Greves decretadas em Minas e no Pará esta nas próprias palavras da juíza do TST, que para negar o pedido da ECT de liminar para suspender essas Greves alegou que “não existem nos autos informações sobre a situação da greve, como taxa de adesão e prejuízos graves e concretos às atividades da empresa. A simples notícia genérica de deflagração parcial e limitada de greve não autoriza, ao menos no momento, a apreciação da liminar”. Embora não tenha concedido a liminar solicitada pela ECT foi marcada uma audiência de conciliação no dia 19/9 (clique aqui para ler matéria completa sobre essa decisão do TST).

Após todos os esforços realizados pelos Sindicatos Unificados para que de fato houvesse diálogo, a manutenção da postura intransigente da ECT, que se nega a apresentar uma proposta que possa ser aceita pela categoria, além da reunificação nacional da categoria, que realiza Assembleias em todo o país no dia 18, o caminho agora é a Greve. Contamos com a participação de todos e todas nessa batalha, pois só assim podemos fazer a Empresa reconhecer o valor da nossa categoria, que com seu suor gera o lucro da ECT, prestando um dos serviços públicos melhor avaliados pela população, mas que não é reconhecido pelos dirigentes da Empresa.

FONTE-SINTECT-SÃO PAULO.