A privatização dos principais aeroportos do país mostra como o governo Dilma (PT) pretende resolver os problemas das estatais. No inicio do mês foram levado a leilão os aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília. A privatização foi acompanhada por Dilma direto de seu gabinete. Já os acionistas, alvoroçados, na bolsa de valores de São Paulo corriam para concorrer no mega leilão.
Por ironia a privatização do PT se deu no mesmo período que foi lançado o Livro do jornalista Amaury Ribeiro “A Privataria Tucana”, que fala sobre as negociatas que envolveram as privatizações do governo do PSDB e que provocou até a aprovação de uma CPI na Câmara dos Deputados. Talvez Amaury tenha que incluir um novo capítulo ou quem sabe escrever um outro livro sobre as privatizações petistas.
Grande parte dos investimentos a serem realizados nos aeroportos privatizados virão do BNDS, ou seja, além de privatizar o investimento será público e o lucro privado. O aeroporto de Guarulhos foi privatizado por 16,213 bilhões e o pagamento poderá ser feito em até 20 anos. Viracopos foi arrematado por 3,821 bilhões pela Triunfo Participações e Investimentos e o aeroporto de Brasília ficou com o consórcio Inframerica Aeroportos no valor de R$ 4.501.132.500.
Existem duas contradições nestas privatizações. A primeira é que Dilma durante sua campanha disse que não iria privatizar e que Serra era o verdadeiro privatizador; e a segunda é que a solução que Dilma dá para resolver os problemas das estatais é a venda para o setor privado nos mesmo modelos dos tucanos. A conclusão que se chega é que o estado é incompetente para resolver esses problemas e o setor privado não.
Não é a primeira privatização do PT. O Governo Dilma iniciou a privatização dos Correios com a Medida Provisória 532 que permiti investimento privado na empresa aproximando assim a ECT a proposta de Correios S/A. Em ambas privatizações, Correios e aeroporto, Dilma nega ser uma privatização, no caso dos aeroportos ela chama de concessão e a dos Correios modernização.
Para os usuários fica a certeza que as passagem irão aumentar com atesta Carlos Ebner, diretor no Brasil da Associação Internacional de Transporte Aéreo “Geralmente aumentam o custo, as tarifas dos aeroportos, para fazer frente ao investimento necessário”.  E para os trabalhadores do setor fica a desregulamentação completa do trabalho. As companhias aéreas já estudam a possibilidade de aumentar a carga horária dos trabalhadores de 85 horas/mês para 100 horas/mês. Isso é preocupante, uma vez que a segurança e a carga horária deste setor estão intimamente ligadas.