No último dia 31 de janeiro, a direção da empresa enviou aos setores de trabalho o “Plantão do Acordo” sobre a PLR 2012. O documento é mais uma típica provocação da empresa contra os trabalhadores e suas organizações.

Começa com a história mal contada, a calúnia já tradicional, de que foi a Fentect que não quis negociar a PLR levantando datas e reuniões que, na verdade, não aconteceram porque a empresa se recusou a apresentar as informações (balancetes, cálculos dos lucros etc.) para que a Fentect pudesse levar para os trabalhadores discutirem.

Essa situação é a que permanece até hoje. A empresa quer da Fentect um cheque em branco para fazer a Participação nos Lucros de acordo com a sua vontade, e dizer que a categoria concordou com tudo, porque a Fentect assinou o “cheque”.  Tanto que na reunião de dezembro de 2012, a direção da empresa chegou com a notícia de que queria assinar o acordo da PLR 2013. Sendo que nem a PLR 2012 estava ainda definida.

Assim funcionava antes, quando a direção da Fentect fazia acordos de portas fechadas com a empresa. Agora a situação mudou e a Fentect exige que a ECT de fato negocie, apresente os números da empresa, acabe com a chantagem dos critérios e metas, e pague uma PLR linear (valor igual para todos os trabalhadores da empresa).

A PLR já serve para desviar a atenção dos trabalhadores da luta por um aumento real nos salários. A ECT piora ainda mais a situação ao fazer tudo unilateralmente, sem discutir aspectos fundamentais, esses sim critérios que deveriam balizar a discussão de uma PLR minimamente justa. Aí solta a calúnia de que a Fentect não quis negociar e tenta com isso justificar sua postura de decidir sozinha, sempre que os interesses dos trabalhadores entram em conflito com os interesses da cúpula da empresa e do governo.

De acordo com o “Plantão do Acordo”, a PLR será paga em parcela única, “até 10 dias após a aprovação pela Assembleia Geral das contas da ECT, relativas ao exercício de 2012, destacando-se que a diferença entre o menor e maior valor a ser pago será de cinco vezes”.

Na PLR 2012 permanece a chantagem das metas, que exige do trabalhador sua escravização, sem direito a reclamação. 70% de “parcela coorporativa”, destinada aos “trabalhadores em geral”, desde que cumpridas as metas de acordo com os indicadores DGV (Desempenho Geral de Vendas), EVA (Valor Economicamente Agregado) e IDO (Índice de Desempenho Operacional); 30% do montante geral fica condicionado ao resultado do GCR (Gerenciamento de Competências e Resultados). Só ganha o valor integral quem cumprir 100% das metas. O que reduz a PLR que já é uma mixaria a uma verdadeira miséria.

Além destes, nada menos que 10% do valor destinado à PLR será paga exclusivamente para setor “estratégico”, leia-se, cúpula da empresa. Sem nenhuma condicionante.

Isso tudo quando foi divulgado na imprensa que a ECT teve quase 1 bilhão de lucro em 2012, e em festas/jantares/shows para comemorar os 350 anos de Correios foram gastos mais de 15 milhões de reais. Onde os trabalhadores entram nessa conta?

Por esses números dá para entender porque a própria ECT é quem define os critérios. Não tem acordo. Ela dribla as negociações para depois responsabilizar a organização sindical.

A Fentect reivindica uma PL em que o lucro seja dividido igualmente entre todos, sem critérios que exijam cumprimento de metas e o fim do GCR. E chama os sindicatos e trabalhadores de base a iniciar uma mobilização nacional.

A ECT tem de mostrar os lucros e dividir entre os trabalhadores de maneira linear.

FONTE:Novo post em Fentect